Neste artigo, explicarei como é feito o cálculo da inflação e quais fatores são considerados. Esta pode ser uma dúvida de muitas pessoas hoje em dia.
No artigo anterior que tratamos de inflação, vimos que ela impacta diretamente em diversos aspectos da vida dos consumidores, como: alimentação básica, combustível, vestuário, entre outros.
É importante salientar que, existem diversos índices que medem a inflação para diferentes setores de comércio de bens e serviços. São eles:
- Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC);
- Índice Geral de Preços (IGP);
- Índice de Preços no Atacado (IPA).
Contudo, o principal índice utilizado para calcular o seu valor oficial, é o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Sendo assim, o IPCA é a referência do regime de metas para a inflação do Brasil.
O índice é calculado mensalmente pelo IBGE, onde é considerado o custo da “cesta de produtos e serviços” que reflete diretamente nos hábitos de consumo da população brasileira com renda mensal de 1 a 40 salários mínimos. Através deste filtro, é possível abranger 90% da população urbana no país.
E quais itens compõem esta cesta de produtos e serviços?
- Alimentação
- Habitação
- Vestuário
- Transporte
- Saúde
- Despesas pessoais
- Educação
- Comunicação
Pode ser que você esteja dizendo a si mesmo, “Ok, mas esta taxa não é a mesma em que eu percebo nos meus gastos rotineiros”. Isto ocorre, pois, a cesta de produtos e serviços do IPCA é apenas uma aproximação da maioria das cestas das famílias, porém é evidente que cada família possui o seu tipo de cesta e dificilmente uma será igual a outra. Logo abaixo temos um resumo que explica esta situação, onde cada família terá uma quantidade de dispêndio, para cada item:
E como é realizada a coleta de dados desta cesta de produtos e serviços?
Os pesquisadores do IBGE entrevistam algumas famílias, questionando onde costumam comprar e quais itens estariam nestas compras. Com base nessas informações, é realizada uma análise para identificarem quais itens ou produtos foram os mais consumidos no período. Além disso, também consideram o peso que cada um deles possui para que seja realizado o cálculo da inflação, de acordo com o impacto que geram nas famílias.
Por exemplo, o preço do feijão (presente em quase todas as listas de alimentos dos brasileiros), terá um peso maior no cálculo do que o preço do macarrão. Logo abaixo, é possível visualizarmos a tabela do IBGE, com os respectivos pesos considerados para cada categoria:
Após isso, os pesquisadores organizam outro relatório, onde identificam os comércios que serão feitas as conferências de preços dos produtos mais consumidos. Com todos estes dados agrupados, os pesquisadores conseguem calcular os índices para o período específico. Com base nisso, estes dados são comparados com o mês anterior, para que possam identificar o seu respectivo percentual de variação.
De forma mais prática, se os preços do setor de alimentação subiram 3%, se os valores do setor elétrico aumentaram 2%, e se os as despesas com saúde caíram 2,5%, o valor mensal da inflação será a soma de todas essas variações, considerando o peso que cada item possui na lista.
Em outras palavras, se a inflação de um mês específico foi de 0,4%, isto significa que o aumento médio dos preços das categorias abrangidas, também foi de 0,4%.
Calculadora de Inflação:
Pode ser que você queira saber o valor corrigido pela inflação, de determinado item, em um determinado período, correto?
Com base nisso, o Banco Central e o IBGE disponibilizam para todos os brasileiros, a Calculadora de Inflação. Através dela é possível verificar a correção dos valores, em Real, dentro de um período específico estipulado e com base nos diferentes índices. Para realizar o cálculo é necessário informar apenas a data inicial e a data final do período, além de incluir o valor que deseja corrigir. Após isso, automaticamente a calculadora disponibiliza a variação e apresenta o valor corrigido, além do índice utilizado na alteração. Para acessar a calculadora, basta clicar Aqui .
E então, ficou com alguma dúvida?
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Gabriela Flores, CEA
Especialista em Investimentos certificada pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Possui mais de 4 anos de experiência no mercado financeiro. Bacharela em Administração e Mercado Financeiro pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).
