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A montagem de uma carteira de investimentos deve contemplar diversos fatores importantes, sendo a diversificação um dos mais importantes. A diversificação pode ser em diferentes classes de ativos, setores de atuação, atividade das empresas, finalidade do recurso, e o que será tratado neste artigo, a diversificação global, porque e como investir em diferentes países.
Nos últimos anos a demanda por investimentos no exterior subiu consideravelmente com a criação de corretoras, fundos de investimentos e liberação dos Brazillian Depositary Receipts (BDR) aos investidores comuns – pessoas com patrimônio financeiro inferior a R$ 1 milhão.
A necessidade da exposição internacional se mostrou ainda mais intensa com a crise da pandemia, onde o Real se desvalorizou absurdamente em relação às outras moedas, especialmente o dólar. Além disso, em 2021 a bolsa brasileira teve uma queda na casa dos 12% e as bolsas americanas tiveram altas acima dos 20%.
Em termos de comparação, o mercado brasileiro representa aproximadamente 2% do mercado financeiro mundial, enquanto o americano representa quase 40%. Através desse mercado é possível acessar ativos no mundo inteiro, já que uma parcela considerável das grandes empresas mundiais é listada nos EUA.
Mas quais são as formas de investir no exterior? Vamos lá!
- Fundos de Investimentos: algumas gestoras são focadas em investimento no exterior, através dos fundos o investidor delega a seleção de ativos para uma equipe de profissionais seguir uma estratégia ativa ou passiva, cobrando uma taxa de administração e até performance por isso. Os fundos propiciam uma carteira de diversos ativos com um investimento inicial baixo, e tem a vantagem tributária onde o investidor só paga imposto na hora do resgate, mesmo que o fundo tenha negociado diversos ativos no período.
- Exchange Traded Funds (ETF): os ETF também são ótimas estratégias para alocação no exterior, pois possibilitam a compra de uma carteira de ativos com baixo investimento. Atualmente o mais utilizado com essa finalidade é o IVVB11, fundo que replica o S&P 500, índice das quinhentas maiores empresas americanas, possuindo exposição cambial e alta liquidez.
- Brazilian Depositary Receipts (BDR): os BDR são certificados de compra de ações negociadas no exterior, ao comprar um BDR o investidor não está comprando as ações da empresa propriamente dita, e sim um comprovante de custódia emitido geralmente por uma instituição financeira. Também possuem exposição cambial e alta liquidez, já que a negociação foi liberada a investidores comuns – pessoas com patrimônio financeiro inferior a R$ 1 milhão.
- Investimento direto: também é possível investir no exterior diretamente, através de uma corretora americana, como a Avenue, que presta esse serviço aos brasileiros e vem crescendo cada vez mais. Dessa forma o investidor realiza uma transferência de recursos para a corretora, faz o câmbio – pagando IOF – e compra os ativos por conta própria. O grande diferencial é a quantidade de ativos, ao acessar o mercado americano o investidor pode adquirir ações de companhias do mundo inteiro e ETF com políticas mais variadas, em praticamente todos os ramos de negócio da economia.
A exposição em diferentes países é essencial para aumentar o retorno da carteira e diminuir a volatilidade. Ao alocar uma parcela no exterior o investidor mitiga o chamado risco Brasil, pois está diminuindo os efeitos das questões políticas no portfólio, diminuindo a exposição em um país subdesenvolvido – mais arriscado – e alocando num mercado muito desenvolvido – mais segurança.
Além disso, o fator cambial é muito interessante em momentos de agravamento das crises econômicas/financeiras, pois nesses momentos o Dólar geralmente se valoriza em relação as demais moedas, e o Real se desvaloriza muito. Assim, a variação cambial ameniza ou até anula a queda dos índices de ações. Mas o inverso também pode ocorrer, no caso de uma valorização do Real frente ao Dólar, o investidor pode sofrer variações negativas. Por isso é extremamente importante possuir uma carteira muito bem diversificada, de forma a diminuir o risco nas aplicações e potencializar o retorno em todos os momentos. No gráfico abaixo podemos ver essa relação inversa entre o Dólar – linha clara – e o Ibovespa – linha escura.

Não existe jeito certo ou errado de investir no exterior, e sim aquele que mais se adequa ao perfil e objetivos de cada um. Os clientes da Musa Capital possuem uma parcela considerável do seu portfólio no exterior, se quiser conhecer nossa estratégia de investimentos, entre em contato. Vamos te conhecer, analisar seus investimentos e recomendar uma carteira adequada ao seu perfil.
Gustavo Machado, CNPI

Consultor autorizado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e analista de investimentos certificado pela Associação dos Analistas e Profissionais de Investimentos do Mercado de Capitais (Apimec). Possui mais de 8 anos de experiência no mercado financeiro. Bacharel em Economia e mestrando pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), alumni da Foundation for Economic Education (FEE) e da Cato University: College of Economics.