Na quinta-feira, 22 de maio, uma nova página foi escrita na história tributária do Brasil — e não por um bom motivo. Surpreendendo o mercado financeiro, o governo federal anunciou o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), afetando diretamente operações como viagens internacionais, compras no exterior, empréstimos, previdência privada e crédito para empresas. As novas alíquotas já estão em vigor, encarecendo significativamente essas movimentações.
Mas este artigo não pretende apenas listar os aumentos e seus impactos econômicos imediatos. Até porque, como sabemos, no Brasil tudo pode mudar — inclusive as alíquotas.
O objetivo aqui é provocar uma reflexão mais profunda, especialmente para quem investe. O cenário atual nos convida a repensar nossas estratégias, principalmente no que diz respeito ao risco de manter todo o patrimônio atrelado a um único país: o Brasil.
Vivemos em um tempo em que a tecnologia derrubou barreiras que antes pareciam intransponíveis. A informação circula de forma ampla, veloz e acessível. Até poucos anos atrás, investir fora do país era algo restrito a grandes investidores ou a quem possuía estrutura no exterior. Hoje, com o avanço das corretoras digitais, a desbancarização do sistema financeiro e iniciativas como o open banking e o open finance, qualquer investidor pode acessar ativos globais — sem sair de casa, com alguns cliques.
E isso é revolucionário.
A verdade é que o Brasil, apesar de ser uma terra de oportunidades, convive com uma constante instabilidade. A credibilidade do país é frequentemente colocada à prova por decisões políticas abruptas, má gestão pública e uma inflação que teima em corroer o poder de compra da população. A taxa básica de juros é alta? Sim. A bolsa de valores parece “barata”? Também. Mas isso não é motivo suficiente para apostar todas as fichas no mercado interno.
Investidores inteligentes e conservadores de verdade não são aqueles que evitam qualquer risco, mas sim os que sabem diversificá-lo. E diversificar hoje vai além de aplicar em diferentes setores ou classes de ativos dentro do Brasil. É preciso pensar globalmente.
Investir no exterior deixou de ser um luxo. Tornou-se uma necessidade para quem busca segurança, estabilidade e diversificação real. A exposição a ativos internacionais — como ETFs, bonds, REITs, ações globais e fundos cambiais — não é apenas uma alternativa, mas uma forma de mitigar o chamado “risco Brasil”.
Ser conservador hoje, portanto, não é manter todo o dinheiro em renda fixa local. É proteger seu patrimônio pensando como os grandes players: com uma visão de longo prazo e uma estratégia que atravessa fronteiras.
Por isso, não se limite aos atrativos juros nominais brasileiros. Explore estratégias globais. Aproveite o melhor de cada mercado e construa um portfólio resiliente e inteligente.
Se precisar de ajuda para entender esse novo mundo de possibilidades, estamos aqui para orientar você nessa jornada.
Jean Wally, 23/05/25.

Jean Wally, consultor Musa Capital
Consultor autorizado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Economista e Especialista em Investimentos certificado pela ANBIMA. Possui mais de 6 anos de experiência no mercado financeiro, dedicados ao atendimento de clientes de alta renda. Atua de forma independente, com foco na proteção, crescimento e sucessão patrimonial de seus clientes.