Vamos dar continuidade ao tópico Investimentos em Renda Fixa

Caros leitores,
Anteriormente, vimos os principais conceitos e como funcionam estes tipos de investimentos. Creio que você deve estar se perguntando:
– Mas então Gabriela, quais são os principais produtos que se enquadram na modalidade de Renda Fixa?
Vamos ver todos eles logo adiante, onde explicarei sobre o produto, os possíveis índices de referência, o Imposto de Renda e se possui cobertura do FGC.
- Poupança:
Iniciamos pela Poupança, o investimento mais popular do Brasil. Segundo dados da Anbima, estima-se que 29,2% dos investidores, ainda investem na Poupança. Porém, veremos que existem outros produtos tão seguros quanto, que possuem uma rentabilidade superior ao da poupança. Atualmente a poupança é atrelada ao índice da taxa Selic, em 70% dela + TR (zero). Isto significa que, aproximadamente renderá apenas 70% do CDI. Uma vantagem deste produto é que, não possui imposto de renda, proporcionando um benefício se comparado a baixa rentabilidade atrelada. Além disso, possui liquidez diária, ou seja, o dinheiro poderá ser resgatado e o correntista o receberá no mesmo dia útil.
- Tesouro Direto:
A segunda opção é o Tesouro Direto, em termos simples, nada mais é do que emprestar dinheiro para o próprio Governo, através de títulos públicos federais, sendo considerado como um investimento de baixo risco.
O Tesouro Direto possui títulos pré-fixados e pós fixados, indexados à Selic ou ao IPCA, com uma taxa de vencimento específica. Também, possui opções que pagam juros semestrais aos clientes, ao invés de somente a rentabilidade ao final do período. O investimento mínimo de alguns títulos, gira em torno dos R$ 35,00, sendo um diferencial em relação às demais modalidades de renda fixa, que às vezes, necessitam de aportes maiores. Dessa forma, permite que novas pessoas possam começar a investir.
O Imposto de Renda que incide sobre os títulos, é o da tabela regressiva, que reduz de acordo com o vencimento/ou período em que o título ficou investido com o cliente, chegando ao mínimo de 15%, sobre o rendimento. Em relação ao FGC, não possui cobertura, pois não é uma instituição financeira privada.
- LCI e LCAs:
A terceira opção são as LCIs e LCAs, onde o investidor empresta dinheiro para uma instituição financeira, em troca de juros. Estes investimentos são lastreados na carteira de empréstimo do setor Imobiliário (LCI) e na do setor Agrícola (LCA).
Além disso, são investimentos que também podem ser pré-fixados, pós fixados e híbridos. O seu grande diferencial é não possuir imposto de renda, dessa forma, funciona como um incentivo do governo para estes ramos.
Em relação ao FGC, possui cobertura, garantindo até 250 mil de volta por cada instituição financeira que o investidor possuir dinheiro aplicado. O ideal é diversificar, para que este risco possa ser reduzido, optando por títulos de mais de uma instituição financeira.
- CDBs:
A quarta opção são os CDBs (Certificados de Depósito de Bancário) onde o investidor também empresta o seu dinheiro (em troca de juros) para uma instituição financeira, que por sua vez, o utiliza para atividades de crédito (concedendo empréstimos aos correntistas que necessitam).
Além disso, os CDBs podem ser prefixados, pós fixados ou híbridos, permitindo uma variedade de opções no mercado. Por exemplo, se a sua intenção for preservar o seu poder de compra no longo prazo, os pós fixados atrelados à inflação podem ser uma opção interessante.
Diferentemente das LCIs e das LCAs, possuem imposto de renda, seguindo a tabela regressiva, conforme vimos as suas regras. Porém, como ponto positivo, também possui cobertura do FGC.
Em relação às LCs (Letras de Câmbio), são muito parecidas com os CDBs. A diferença é que, são emitidas por financeiras (sociedades de crédito, financiamento e investimentos).
- Debêntures:
Quem investe em debêntures, empresta recursos para uma empresa realizar ou financiar grandes projetos. Pode ser uma opção mais atrativa de renda fixa, em relação às demais opções. Contudo, apresenta mais riscos, além de não estar coberta pelo FGC, pois os títulos não são emitidos por instituições financeiras.
Em relação ao IR, existem opções que são isentas, conhecidas como Debêntures Incentivadas, servindo como um incentivo para os setores de logística, transporte, saneamento e energia. Com exceção das Incentivadas, o IR incide de acordo com a tabela regressiva.
- Letra Financeira:
A Letra Financeira (LF) é utilizada por instituições financeiras, que buscam a captação de recursos, para custeio das operações. Por geralmente estar atrelada a médio e longo prazo, costuma ter taxas mais atrativas, quando comparada aos demais investimentos em renda fixa. Também poderá ser prefixada, pós fixada ou híbrida, embora a maioria delas esteja pós-fixada, atrelada ao CDI.
Além disso, é importante considerar alguns pontos, antes de qualquer tomada de decisão:
I) O investimento mínimo em Letras Financeiras, é de R$ 50 mil;
II) O prazo mínimo de investimento é de 2 anos, mas existem opções com prazos mais extensos;
III) Não estão cobertas pelo FGC;
Em relação ao Imposto de Renda, possui uma alíquota de 15% sobre o rendimento.
Agora que você já sabe os detalhes dos principais produtos de Renda Fixa, creio que deves estar se perguntando, quais as vantagens e desvantagens, correto?
Sem problemas, deixa eu te explicar.
Podemos resumir as vantagens em:
– Imposto de renda: Conforme vimos, existem alguns investimentos que podem ser isentos de imposto de renda, tornando o título mais atrativo;
– Previsibilidade: com investimentos pré fixados, é possível prever o valor a ser resgatado no final do período;
– Segurança: diversas opções contam com a cobertura do FGC, oferecendo uma garantia em relação ao risco de crédito;
– Baixos aportes iniciais, para quem está começando, podem se tornar uma ótima opção.
Também, podem possuir algumas desvantagens (com exceção dos riscos, que já vimos no artigo anterior), assim como qualquer investimento presente no mercado:
– Prazos de carência: alguns investimentos estipulam um prazo mínimo para resgate, é necessário estar atento a isso;
– Alguns investimentos não estão cobertos pelo FGC, nestes casos, é necessário contar com o auxílio de um profissional, para que ele possa pesquisar sobre a empresa ofertante ou instituição financeira.
E então, ficou com alguma dúvida? Espero que este artigo possa ter proporcionado muito conhecimento para você!
Lembre-se: A escolha destes investimentos depende de muitos fatores, relacionados ao perfil e ao objetivo de cada investidor. Entre em contato com a Musa Capital, para que possamos te auxiliar da melhor forma possível!
Gabriela Flores, CEA

Especialista em Investimentos certificada pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Possui mais de 4 anos de experiência no mercado financeiro. Bacharela em Administração e Mercado Financeiro pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).