Hoje vamos falar sobre Renda Fixa. O que é, como ela funciona e quais são os principais detalhes que você precisa saber, antes de começar a investir.

Caros leitores,
Antes de mais nada, vamos entender um pouco o que é a renda fixa. É uma modalidade de investimento, onde o cliente é previamente informado sobre os principais aspectos do produto escolhido, como: prazos, remuneração, taxas e índices de referência. Isto é, o cliente já pode até estipular, qual a rentabilidade e quanto poderá resgatar no vencimento. Detalhadamente, veremos todos eles logo adiante.
A renda fixa é um dos principais ramos para composição de uma carteira, tanto para os investidores conservadores, como até os mais arrojados, pois fornece segurança e equilíbrio ao investidor. Isto é, permite reduzir o risco total da carteira, contrabalançando com os investimentos mais arriscados do mercado.
– Ok, Gabriela. E como ela funciona?
Os investimentos em renda fixa, funcionam da seguinte maneira: o investidor superavitário cede o seu dinheiro para uma instituição financeira ou para o Governo (como um empréstimo) e em troca disso, receberá o valor emprestado, acrescido de juros. As condições de contratação e remuneração do investimento, já são definidas previamente.
Agora você deve estar se perguntando, como escolher e definir os principais aspectos do produto para contratação do investimento? Veremos todos estes aspectos a seguir. Eles se dividem em:
- Rendimento: Índices de Referência
Os investimentos em renda fixa, seguem alguns indicadores, conhecidos como Índices de Referência. Os principais são: Selic, CDI e IPCA.
A Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira, ou seja, alguns investimentos utilizam-na como referência na remuneração. É o caso por exemplo, do Tesouro Selic.
O índice CDI (Certificado de Depósito Interbancário), é calculado através da média dos empréstimos que os bancos realizam entre si. De forma resumida, este índice está sempre próximo à taxa Selic. Os CDBs, em sua maioria, utilizam o CDI como seu índice de referência.
O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), é o índice da inflação. Quando uma carteira acaba por não superar a inflação, significa que esta, perde dinheiro ou poder de compra no mercado. Alguns investimentos utilizam este índice como referência, para justamente proteger a carteira da variação inflacionária.
- Formas tradicionais de remuneração:
Outro aspecto muito importante, que também devemos considerar no momento de escolher o investimento, é em relação à forma de remuneração, que podem ser prefixadas, pós-fixadas ou híbridas.
Em um investimento prefixado, a taxa de juros é fixa e estabelecida no momento da contratação, isto significa que de antemão, o cliente saberá quanto resgatará ao final do vencimento.
No caso de um investimento pós-fixado, a rentabilidade estará atrelada a um indicador de referência, os quais vimos anteriormente. Dessa forma, o investidor compreende que o investimento seguirá apenas o índice, mas não saberá especificamente quanto terá para resgatar ao final do período.
Por fim, um investimento também poderá remunerar de forma híbrida. Neste caso, o produto mescla a modalidade prefixada, com a pós-fixada. De forma mais clara, o investimento utilizará uma taxa de juros fixa e outra atrelada à um dos indicadores vistos. Por exemplo, CDBs atrelados à inflação (IPCA), que remuneram em IPCA + 5% a.a.
- Tributação e isenções
Assim como a maioria, os investimentos em renda fixa também precisam passar por tributação, através da tabela regressiva do Imposto de Renda.
A tabela regressiva funciona da seguinte maneira: A alíquota é calculada, com base no período que o investimento ficou aplicado. Isto é, para investimentos com vencimento (ou resgatados) em até 6 meses, incidirá 22,5% de IR. Entre 6 meses a 1 ano, 20%. Entre 1 a 2 anos, 17,5% e acima de 2 anos, 15%.
O Imposto de Renda incide em grande parte dos investimentos de renda fixa, como: CDBs, Debêntures, LCs, fundos, etc. Porém, existem algumas exceções, as LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) e as LCAs (Letras de Crédito Agrícola), não possuem Imposto de Renda. Isto representa um incentivo por parte do governo, para os investidores direcionarem os seus recursos e, consequentemente, fomentar o mercado imobiliário e agrícola.
- Riscos
Apesar dos investimentos em renda fixa serem conhecidos como os mais seguros do mercado, é importante sabermos que, não são totalmente livre de riscos. Estes investimentos ficam expostos à 2 tipos de Riscos: Risco de Crédito e Risco de Mercado.
O Risco de Crédito, representa a possibilidade da empresa/instituição financeira, não honrar com os seus pagamentos, ou seja, a chance do cliente levar um “calote”. Para este tipo de risco, foi criado o FGC (Fundo Garantidor de Crédito), que protege o investidor em até 250 mil reais (por cada instituição financeira), na maioria dos produtos de renda fixa.
Alguns investimentos possuem um vencimento determinado, isto significa que, o ideal será manter a aplicação até o final do período. Se, porventura, necessitar do valor aplicado e o mesmo ainda estiver dentro do período de carência, o investidor ficará exposto a marcação à mercado, conhecido como Risco de Mercado. Este, representa a possibilidade de resgatar o título, considerando o preço atual do dia, podendo ser inferior ao valor aplicado inicialmente.
E então, ficou com alguma dúvida? A melhor escolha para você, sempre irá depender do seu perfil de investidor e, principalmente, dos seus objetivos financeiros. Entre em contato conosco, para que possamos te auxiliar!
Gabriela Flores, CEA

Especialista em Investimentos certificada pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Possui mais de 4 anos de experiência no mercado financeiro. Bacharela em Administração e Mercado Financeiro pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).