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O que vai acontecer quando os juros caírem?

Estamos diante de um novo ciclo de baixa dos juros no Brasil e possivelmente no mundo, mas o que vai acontecer se os juros caírem?

Antes de responder a pergunta, vamos explicar alguns conceitos. As taxas de juros refletem a expectativa dos agentes da economia (i.e. pessoas e empresas) em relação ao valor do dinheiro no tempo. De forma análoga, a inflação reflete a queda do poder de compra, ou seja, a perda de valor do dinheiro no tempo.

A taxa de juros nominal é aquela que incorpora um prêmio de risco por conta da inflação esperada, entre outros riscos. Dessa forma, os agentes da economia, quando veem seu dinheiro perdendo valor diante da alta inflação, passam a exigir um prêmio maior ao investir seus recursos, provocando uma alta das taxas de juros.

Essa relação é complicada de entender, mas em resumo, a inflação no presente – como vimos em 2022 – afeta a expectativa de inflação futura, elevando os juros no presente. Esse fenômeno nos trouxe ao momento atual, com juros altos para ‘combater’ a inflação elevada. Existem outros fatores que afetam a expectativa de inflação, como o risco fiscal diante das manobras do governo e o novo arcabouço fiscal, mas esse assunto vamos deixar para outro momento.

Agora voltando à questão inicial, possivelmente chegamos no auge da taxa de juros no Brasil e teremos o início do ciclo de baixa da Selic em seguida. Isso vai impactar positivamente nossa estratégia, estamos diante de uma grande oportunidade.

Quando os juros caem, a bolsa de valores e demais ativos de renda variável tendem a se valorizar, assim como os ativos de renda fixa adquiridos com taxas superiores à média do mercado, tanto públicos quanto privados.

A queda dos juros incentiva o consumo e o investimento, impactando a economia e o mercado financeiro de inúmeras formas, por exemplo:

  • Facilita o consumo de bens duráveis, como eletrodomésticos e automóveis, aumentando a demanda agregada;
  • Torna o financiamento de imóveis e novas construções mais barato;
  • Melhora o resultado financeiro das empresas, que passam a pagar menos juros e consequentemente geram mais valor;
  • Facilita o financiamento para a expansão da produção das empresas, através da aquisição de bens de capital, contração de pessoas, etc;
  • Incentiva as pessoas a empreender, com a finalidade de obter retorno maior do que as taxas de juros, criando mais negócios e empregos; e
  • Afeta a precificação de determinados ativos, diminuindo a taxa de desconto utilizada, tornando esses ativos mais atrativos.

O gráfico abaixo mostra o comportamento do Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, em relação à taxa Selic. Note que a queda das juros geralmente é seguida por uma valorização do índice, por conta dos fatores elencados acima.

Por essas e outras razões, é provável que estejamos diante de um novo ciclo virtuoso de valorização do mercado acionário, e nossas estratégias vão se beneficiar diretamente. Isso quer dizer que devemos aumentar a exposição em renda variável? É claro que não, devemos sempre manter a alocação planejada inicialmente e seguir a estratégia, explorando os ciclos de alta e de baixa do mercado, sempre respeitando o perfil e objetivos de cada investidor.


Gustavo Machado, CNPI

Consultor autorizado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e analista de investimentos certificado pela Associação dos Analistas e Profissionais de Investimentos do Mercado de Capitais (Apimec). Possui mais de 8 anos de experiência no mercado financeiro. Bacharel em Economia, alumni da Foundation for Economic Education (FEE) e da Cato University: College of Economics.

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