Os fundos de investimentos são constituídos na forma de condomínio, onde há a comunhão de recursos destinados à aplicação em ativos financeiros. Eles são regulados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) através da Instrução nº 555, que define e fiscaliza os processos de constituição, administração e divulgação de informações.
Além da Instrução nº 555, os fundos são regidos pelo seu regulamento, documento que determina o tipo de fundo, os ativos que podem e não podem fazer parte da alocação, como é a estratégia, quem são os responsáveis, etc.
Eles são divididos em três níveis:
1º Nível: classes de ativos que se adequa ao investidor
2º Nível: o risco que o investidor está disposto a correr
3º Nível: principais estratégias que se adequam aos objetivos e necessidades
Dentro de cada classe de ativos existe ainda a divisão em categorias e subcategorias, conforme a figura da cartilha da Anbima:

A CVM determina as porcentagens mínimas de alocação em classes de ativos que os fundos devem respeitar para se enquadrar em determinada classe. Por exemplo, fundos de ações devem investir no mínimo 67% de sua carteira em ações e ativos similares, no Brasil e no exterior. Caso os fundos deixem de respeitar essas determinações, deverão se adequar o mais rápido possível, podendo o gestor e administrador serem penalizados.
Investir em fundos de investimento é fundamental para todos investidores, desde iniciantes e até mesmo profissionais. Os fundos geralmente contam com uma equipe muito qualificada para análise/gestão de ativos, realizam uma gestão de riscos criteriosa e possuem poder de barganha para negociar taxas no caso de títulos de renda fixa e também podem indicar membros para os conselhos das empresas investidas, no caso dos fundos de ações. Ao aplicar num fundo, o investidor está terceirizando a escolha de ativos, adquirindo uma estratégia de investimentos sólida, e por isso pagará uma taxa de administração e na maioria das vezes uma taxa de performance. Essas taxas são justas se o desempenho do fundo for superior ao que o investidor conseguiria investindo por conta.
Mas cuidado com fundos de varejo, aqueles dos grandes bancos e corretoras, que criam fundos que replicam índices ou até outros fundos, e ainda cobram taxas por isso. É o caso dos fundos indexados e quase todos fundos com a designação “Advisory”, onde a corretora cria um fundo para investir em um único fundo, e assim faz o investidor pagar taxa de administração em dobro.
Existe um detalhe que a grande maioria dos investidores não sabe, mas os fundos geralmente repassam uma parcela da taxa de administração às corretoras na forma de rebate, uma espécie de comissão por estarem comercializando seus produtos. O ponto aqui é que alguns profissionais que utilizam o modelo comissionado, como os assessores de investimentos (Agentes Autônomos de Investimento – AAI), são influenciados a recomendar fundos que pagam a maior comissão, e não aqueles com melhor desempenho e que melhor se enquadram ao perfil do investidor.
Mas afinal, como escolher os melhores fundos de investimento?
O primeiro passo é escolher a classe do fundo baseado no seu perfil de investidor e o objetivo com o recurso que será investido, o investidor não pode investir o recurso que utilizará em 2 meses num fundo de ações, por exemplo. Agora vamos supor que você deseja investir para o longo prazo (mais de 5 anos), já possui uma reserva de emergência e investimentos em renda fixa, e escolhe investir em ações pela primeira vez.
Com a classe definida, devemos procurar os fundos com melhores desempenhos, uma espécie de ranking publicado periodicamente por sites de investimentos e portais de notícias sobre mercado financeiro. Dentre esses, escolhemos um site com comparador de investimentos como Mais Retorno ou Invest News e analisamos esses fundos em todas as janelas de tempo possíveis, com prioridade para o maior prazo possível. Aqueles que se sobressaem, apresentando desempenho consistente no longo prazo, preferencialmente acima do Ibovespa – para ações brasileiras – e do S&P 500 – para ações americanas – serão escolhidos.
Feita a análise de desempenho, buscamos as casas responsáveis pela gestão desses fundos para responder as seguintes questões:
- Há quantos anos a gestora existe?
- Quem são os integrantes da equipe/comitê de investimentos? Estão na casa desde o início? Existe uma rotatividade grande de integrantes?
- O fundo em questão é o principal da casa?
- Qual o objetivo do fundo? A estratégia faz sentido pra mim? – ler informações de divulgação
- Como está a alocação do fundo? – ler prospecto
- Qual a visão dos gestores em relação ao fundo e ao mercado? – ler carta mensal/trimestral
- Quais são as regras que o fundo segue? Ele pode operar alavancado? Pode operar vendido (short)? – ler regulamento
Respondidas essas questões, o investidor está ciente do investimento que está fazendo, da estratégia que está “comprando” e, se concordar, poderá aplicar seus recursos com tranquilidade, sabendo que uma equipe está fazendo um trabalho alinhado com seus interesses. Que pode confiar nos gestores nos bons e maus momentos. Pois a escolha de ativos e controle de riscos estão sendo feitos com muita atenção e análise criteriosa. O investimento em fundos não deve ser comparado a uma aposta, você deve confiar na equipe e na estratégia para alocar seu dinheiro.
Feito isso, o último passo é acompanhar o desempenho do fundo, ler as cartas dos gestores para entender o que está ocorrendo e ir aplicando cada vez mais recursos caso se sinta confortável com o trabalho realizado. Cabe ressaltar que o investidor nunca deve fazer “trade” de cotas, ou seja, tentar antecipar movimentos de queda/alta, isso irá corroer seu patrimônio lentamente.
E aí? Ficou com alguma dúvida? Quer saber os fundos que recomendamos aos nossos clientes? Quer ter uma carteira de investimentos alinhada com seus objetivos, seguindo uma estratégia sólida e bem diversificada, com retornos superiores nos últimos 15 anos? Fale conosco.
Gustavo Machado, CNPI

Consultor autorizado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e analista de investimentos certificado pela Associação dos Analistas e Profissionais de Investimentos do Mercado de Capitais (Apimec). Possui mais de 8 anos de experiência no mercado financeiro.Bacharel em Economia e mestrando pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), alumni da Foundation for Economic Education (FEE) e da Cato University: College of Economics.