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Risco Fiscal e o Banco Central

Atualizado: 27 de jun.

A recente decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter a taxa Selic em 10,5% trouxe à tona a importância de entender o cenário fiscal brasileiro e como ele impacta seus investimentos. Vamos explorar os principais fatores por trás dessa decisão e apresentar estratégias para proteger seu patrimônio e ao mesmo tempo tirar melhor proveito desse cenário.


O Risco Fiscal e a Decisão do Copom


Na semana passada, apesar da pressão política do governo, o Copom optou por manter a taxa Selic inalterada. O comitê é composto por nove integrantes, sendo que quatro foram indicados pelo atual governo, e a decisão de manutenção da taxa foi unânime. A posição reforça o compromisso do Comitê com a estabilidade econômica e o controle da inflação, o que é muito importante. No entanto, essa decisão foi recebida com desconfiança pelo mercado devido, principalmente, à alteração das metas fiscais para um patamar menos rigoroso por parte do poder executivo. A taxa Selic não é um indicador isolado do restante da economia como o presidente acredita; uma série de fatores influenciam o resultado econômico, o principal deles é o gasto governamental exagerado. Esse ambiente de incerteza fiscal tem aumentado a percepção de risco, resultando na valorização do dólar e colocando o real como a moeda de pior desempenho no ano.


Quando o governo gasta demais, a inflação tende a disparar e tornar o país cada vez mais pobre, exatamente como aconteceu na Argentina, Venezuela e outros países que adotaram esse tipo de política. Além disso, os juros elevados nos países desenvolvidos limitam o espaço para reduzir a taxa Selic aqui no Brasil. Novas quedas na taxa de juros poderiam aumentar a evasão de divisas e piorar a situação cambial, provocando ainda mais aversão aos títulos públicos e maior fuga de capital para investimentos estrangeiros. Enquanto o governo não controlar as contas públicas, o Brasil continuará a ter desempenho econômico mais fraco, nos colocando entre os piores países emergentes. A estabilidade econômica depende da responsabilidade fiscal do governo.


Momento Desafiador para o Mercado Brasileiro

Se considerarmos o retorno acumulado em 2024 (entre 01/01 até 20/06), o HASH11 (ETF de criptoativos) sobe 57,31%, o IVVB11 (ETF que replica a Bolsa americana em dólar) sobe 28,45%, GOLD11 (ETF que replica o ouro em dólar) sobe 26,90%, enquanto o Ibovespa (índice das principais ações brasileiras) cai 9,23%. Enquanto o mundo e os principais ativos globais encontram-se em cenário de alta, próximos das suas máximas históricas, a economia e o mercado brasileiro patinam:


(Fonte do Gráfico: Elaboração Musa Capital).


O Que fazer nesse momento?


Apresento três estratégias de investimento para proteger e crescer seu patrimônio. Diante deste cenário, é crucial adotar estratégias que protejam seu patrimônio e aproveitem as oportunidades do mercado. Aqui estão algumas recomendações:


1) Compra de Ativos de Renda Fixa Indexados à Inflação: com a manutenção da Selic em 10,5%, os ativos de renda fixa indexados à inflação, como o IPCA+, estão oferecendo taxas extremamente atrativas. A XP apresentou um estudo recentemente, representado abaixo, que retornos IPCA+6% em títulos públicos indexados à inflação (NTN-Bs) com taxas nesses patamares só foram possíveis em 30,7% do tempo. Contudo, vale destacar que houveram dois eventos extraordinários no período, sendo eles (i) a crise do subprime iniciada em 2008; e (ii) a crise política interna, que teve seu auge em 2016. Considerando os últimos 5 anos (desde 2019), este percentual cairia para menos de 10,0%: 


(Fonte do Gráfico: Research XP)


Esses ativos protegem seu poder de compra em cenários de alta inflação e podem ganhar com a marcação a mercado se as taxas voltarem a cair. Importante ressaltar que outros títulos de renda fixa como CDBs, CRIs, CRAs e debêntures apresentam taxas superiores aos dos títulos públicos, sendo excelentes opções também.


2) Recomposição do Percentual Ideal em Bolsa Brasileira: A queda do Ibovespa resultou em muitas ações baratas. Este é um excelente momento para recompor sua posição na bolsa, desde que seja feita com análise criteriosa e visão de longo prazo. Comprar ações descontadas pode ser uma estratégia inteligente para aproveitar a recuperação futura:


(Fonte do Gráfico: Processo de rebalanceamento de carteira Musa Capital)


O processo de balanceamento e rebalanceamento durante períodos de maior volatilidade traz racionalidade para o processo de alocação de ativos, mitigando vieses emocionais e, consequentemente, reduzindo riscos e maximizando a performance. Nesse processo, você sempre irá comprar na baixa e vender na alta. 


3) Dolarização do Patrimônio: Investir em ativos dolarizados é crucial para diversificar sua carteira e protegê-la das instabilidades locais. Os investimentos em juros americanos e ações estrangeiras oferecem uma proteção adicional contra a volatilidade do mercado brasileiro e aproveitam as oportunidades globais:


(Fonte do Gráfico: Elaboração Musa Capital)


Conforme apresentado acima, nos últimos 5 anos, a bolsa americana, incluindo a variação cambial, apresenta retorno de mais de 150%. Se analisado isoladamente, o dólar subiu cerca de 33%, enquanto o Ibovespa subiu apenas cerca de 26%.


A Importância da Responsabilidade Fiscal e da Diversificação


A atual situação econômica destaca a importância da responsabilidade fiscal e da diversificação dos investimentos. A combinação de ativos de renda fixa indexados à inflação, ações baratas no mercado brasileiro e a dolarização da carteira são estratégias essenciais para proteger e fazer crescer seu patrimônio. Seguir uma estratégia sólida e testada, como a da Musa Capital, pode fazer toda a diferença.



 

Nossa equipe está pronta para ajudar você a navegar neste cenário desafiador e identificar as melhores oportunidades para seus investimentos. Entre em contato com nossos consultores para uma análise personalizada e estratégias que atendam às suas necessidades e objetivos financeiros



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