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Resumo do livro: O Mais Importante para o Investidor de Howard Marks


No artigo de hoje vou abordar os temas tratados em um dos melhores livros já escritos acerca de investimentos. Todo investidor, ao menos em seu início, quer saber, afinal, o que é mais importante? Howard Marks brilhantemente aborda aqueles que segundo ele devem ser os tópicos fundamentais para um investidor ao longo de sua vida de investimentos, seja você um profissional da área ou não. E por que vale a pena realizar a leitura desta resenha, veja o que disseram alguns dos leitores mais famosos do livro:


“Quando vejo que há memorandos de Howard Marks em meu e-mail, eles são a primeira coisa que abro e leio. Eu sempre aprendo algo, e isso vale em dobro para este livro” - Warren Buffet


“Ter ouvido Howard Marks foi extremamente rentável” - Henrique Bredda


“O mais importante para o investidor facilmente poderia ter lugar na estante de qualquer investidor inteligente. Howard Marks destilou anos de conhecimento sobre investimentos em um livro sucinto, que é lúcico, divertido e, afinal, profundo”. - Joel Greenblatt


Então, vem comigo, que você com certeza vai acabar aprendendo um bocado. Ah e se preferir, o mesmo conteúdo do artigo está disponível no formato de vídeo em nosso canal do YouTube, segue aqui abaixo:


Sobre o autor


Howard Marks é um dos sócios fundadores da Oaktree Capital uma das maiores gestoras de ativos do mundo e que fica sediada nos Estados Unidos. Ele atua há muitos anos no mercado e o seu desempenho como gestor é impressionante, poucas pessoas conseguiram por tanto tempo obter os retornos que Marks obteve junto a Oaktree. Autor de grandes sucessos, o Mais Importante para o Investidor é o compilado de uma série de dicas, comentários e memorandos que ele escreveu aos seus investidores ao longo dos mais de 40 anos de atuação. A sua ideia era demonstrar que não existe apenas uma coisa mais importante para o investidor mas, sim um conjunto de habilidades e conhecimentos que se somados se tornam as coisas mais importantes para os investidores. Assim a sua obra tem 20 capítulos, cada qual começa com: O mais importante é… e desse modo ele aborda tudo aquilo que ele acredita ser fundamental para que as pessoas tenham sucesso no mercado financeiro.


Resumo


Na resumo de hoje, para facilitar o seu entendimento, vou explicar capitulo por capitulo, vamos lá:


1.O mais importante é… o pensamento de segundo nível

A forma mais fácil de explicar o que é pensamento de segundo nível é entender que para se diferenciar e conseguir obter resultados melhores que a média é fundamental ser acima da média. Ser acima da média significa focar em ter mais conhecimento técnico, mais profundo e principalmente, tomar decisões que sejam fora do consenso, ver oportunidades onde os outros ainda não enxergaram. Isso é ter um pensamento de segundo nível. Entretanto, ele destaca que conseguir ter um pensamento de segundo nível e com isso obter resultados acima da média, pode fazer com que você também perca mais que a média, portanto, é fundamental tomar decisões não convencionais precisas, e ele mesmo afirma: isso não é fácil.


2. O mais importante é… entender a eficiência do mercado (e suas limitações)

A teoria do mercado eficiente pressupõe que há muitos participantes no mercado e que todos compartilham do acesso às mesmas informações relevantes. Todos são inteligentes, objetivos, altamente motivados e trabalhadores. Seus modelos analíticos são amplamente conhecidos e utilizados. Será que o mercado, na prática, é assim mesmo? A teoria poderia nos dizer que sim, mas será que a prática é assim mesmo? Howard pontua que o mercado pode ser eficiente no sentido de ser veloz, rápido para incorporar informações e não no sentido de estar “correto”. Para quem estuda e compartilha dos ideais do Value Investment sabe que frequentemente o mercado atua de forma extremamente emocional e não tanto racional e que em várias ocasiões, há boas empresas sendo negociadas a preço de banana. Marks reforça esses conceitos e traz uma analogia muito interessante: um aluno está andando por um campus com seu professor de finanças, que acredita cegamente na hipótese do mercado eficiente, até que o aluno avista algo e pergunta:

  • Olha não é uma nota de 10 dólares no chão?

  • Não, não pode ser uma nota de 10 dólares, se fosse, alguém já teria pego - responde o professor.

O professor vai embora, o aluno pega a nota e compra uma cerveja.


3. O mais importante é… o valor

Jamais invista por impulsos. Não podemos de modo algum pagar por algo um valor acima de seu valor intrínseco. Não é por que algo é bom que se justifica pagar 2 vezes o seu preço justo. Partindo da ideia apresentada no capítulo anterior que o mercado, na prática, não é eficiente, é importante esperar para comprar os bons ativos quando estes estejam sendo negociados a preços mais baixos, e acredite, em algum momento, isso irá ocorrer.


4. O mais importante é… a relação entre preço e valor

Nenhum ativo é tão bom que não possa se tornar um péssimo investimento se for comprado a um preço muito alto. Você deve concordar comigo que um carro como o Corolla é um bom carro, um sedan seguro e eficiente, mas não é por que ele é um bom carro que devemos na hora da compra pagar por esse Corolla o preço de uma Ferrari. Por mais seguro que seja, estável e economico que seja, um Corolla jamais pode ser comprado por 5x o seu valor justo. Neste capítulo é exatamente esse conceito que Marks estabelece a importância de se ater a razão preço e valor. Não adianta comprar uma boa empresa, uma boa ideia ou um bom negócio, precisamos comprar estes a um preço justo, em resumo compre ativos bons que estejam sendo negociados de forma barata. Ele reforça também uma frase que cada vez faz mais sentido pra mim: a disciplina mais importante não é a contabilidade nem a economia, é a psicologia.


5. O mais importante é… entender o risco & 6. O mais importante é… reconhecer o risco

Nestes capítulos o autor fala sobre risco, então decidi juntar a resenha de ambos no mesmo tópico. Ele começa comentando que o investidor precisa decidir sempre se o rendimento de determinado investimento justifica ou não o risco assumido. Ao montar uma carteira de investimentos, de nada adianta buscar a carteira mais lucrativa caso o pior cenário de resultado dessa estratégia seja a sua ruína financeira, portanto, sempre busque a melhor relação risco x retorno. E não esqueça, as pessoas geralmente pensam que o futuro será igual ao passado, mas será que é assim mesmo? O mundo é o mesmo de 20 anos atrás? O mesmo de 10 anos atrás? Jamais subestime os eventos de cauda que podem ocorrer (aqueles eventos muito improváveis de acontecer), pois sim, eventualmente eles ocorrem. Não é necessário se queimar para saber que não se pode sentar no fogo. Se as crises e eventos passados fossem previstos e todos estivessem preparados elas jamais teriam ocorrido.


Ele traz um importante alerta também acerca do entendimento do risco, quando todos investidores acreditam que algo apresenta muito risco e se distanciam dele, a sua relutância em comprar geralmente fará com que o preço caia a ponto de não ser mais tão arriscada a sua compra. Uma opinião consensual negativa pode fazer com que o risco fique nulo em determinadas ocasiões.


7. O mais importante é… controlar o risco

O risco de modo algum pode ser entendido como algo a ser evitado a qualquer custo. Mas sim, que o grande trabalho do investidor que está em busca do lucro, deve assumir riscos de forma inteligente, ao fazer isso ele estará se diferenciando dos demais investidores. Como já disse acima, o grande desafio do investidor é buscar sempre a melhor relação risco x retorno potencializando o máximo desta relação de acordo com o perfil de cada pessoa.


8. O mais importante é… estar atento aos ciclos

A habilidade que Marks tem de abordar os ciclos econômicos fez com ele se tornasse quem ele se tornou. Ele começa o capítulo com a seguinte frase: “You can’t predict. You can prepare” e resume tudo a duas regras:


Regra nº 1: a maioria das coisas se comportará de maneira cíclica.

Regra nº 2: Algumas das situações de ganhos e perdas ocorrem quando as pessoas se esquecem da regra número um.


Nada se move em linha reta, há expansão e há retração. O mercado como vimos não é eficiente, se fosse, talvez os ciclos econômicos acabassem, mas na prática isso não ocorre. Toda vez que há uma expansão desenfreada há também uma desaceleração sendo formada. Então tenha cuidado, sempre que se renovam máximas tendemos a estar no limite daquele ciclo e talvez o declínio esteja próximo. Esteja ciente de que o mercado não sobe ad eternum renovando máximas bem como o caos total também não se parece viável. Os ciclos sempre se repetem, esteja atento a eles.


9.O mais importante é… estar ciente do pêndulo

Este capítulo é uma obra prima, o conceito do “pêndulo” para abordar os ciclos econômicos é absurdamente interessante, o autor começa o capítulo assim:


Quando tudo vai bem e os preços estão altos, os investidores correm para comprar, deixando de lado toda a prudência. Então, quando há caos por toda parte e os ativos estão expostos no balcão da pechincha, eles perdem toda a vontade de assumir riscos e correm para vender. E sempre será assim.”


Segundo o autor, as mudanças de humor dos mercados se assemelham ao movimento de um pêndulo. O mercado está sempre perto de uma das extremidades e toda vez que chega lá tende a andar na direção oposta, ficando quase nunca no meio, onde deveria ser o seu comportamento médio. Estamos o tempo todo oscilando entre euforia e depressão, entre celebrar momentos bons e temer o apocalipse, entre a ganância e o medo. Entender este conceito e saber identificar em que parte do pêndulo estamos auxilia consideravelmente a manter o equilíbrio do portfólio e principalmente, o equilíbrio emocional para tomar as melhores decisões.


Como identificar um mercado altista:

  • primeiro, algumas pessoas com visão prospectiva começam a acreditar que as coisas serão melhores

  • segunda, quando a maioria dos investidores percebe que a melhora está acontecendo; e

  • terceira, quando todos concluem que as coisas serão sempre melhores.


Como identificar um mercado baixista:

  • quando alguns investidores sensatos reconhecem que, apesar da alta predominante, as coisas não continuarão boas para sempre;

  • segundo, quando a maioria dos investidores reconhece que as coisas estão se deteriorando; e

  • terceiro, quando todos estão convencidos de que tudo só pode piorar.


Saiba identificar essas situações e a sua vida e desempenho como investidor poderá melhorar consideravelmente.


10. O mais importante é… combater as influências negativas


Neste capítulo são abordados os aspectos psicológicos que fazem o investidor tomar decisões que prejudiquem os seus investimentos.


O primeiro a ser abordado é a ganância, esse desejo pelo dinheiro em excesso acaba prejudicando o discernimento dos investidores e levando a tomar decisões emocionais. Jamais tome decisões com base na ganância e no otimismo excessivo, ambos se executados em conjunto o levarão a investir em ativos que prometem altos rendimentos com muito risco ou te levarão a investir em ativos da moda com preços extremamente caros.


O segundo aspecto abordado é o medo, que assim como a ganância, conota o excesso e que impede o investidor de tomar a decisão mais construtiva no momento certo.


O terceiro é a tendência das pessoas de descartar a lógica, a história e os modelos tradicionalmente estabelecidos. Não existe almoço grátis qualquer promessa de retorno que exceda as taxas pré estabelecidas pelo mercado não passa de fantasia, a qual o autor compara inclusive com o Peter Pan e o Mundo das Fantasias. Não se deixe enganar por golpistas ou por teorias boas demais para ser verdade. Quando um mercado, um indivíduo ou uma técnica de investimento produz retornos impressionantes durante um certo tempo, geralmente atraem a devoção excessiva de determinadas pessoas. O autor chama esse sentimento de “bala de prata”, há muitos investidores que estão sempre em busca daquele investimento que os tornará ricos, todos querem a fórmula da riqueza sem riscos e isso não existe. A crença da existência de uma bala de prata fará com que você perca seu capital.


O quarto fator psicológico é a tendência de se conformar com a visão de rebanho - esteja ciente, o efeito manada existe - não caia no efeito manada. Só porque todo mundo está comprando determinado ativo não significa que de fato ele seja um bom ativo. O rebanho em boa parte das vezes está errado, tome cuidado com isso.


Quinto fator, inveja. Não fique se comparando com outras pessoas. Pense o que você pode fazer melhor. Ficar comparando retornos de um portfólio com outro pode levar você a tomar decisões erradas. Você não sabe o risco que aquela pessoa está correndo para obter aquele retorno, será que vale a pena? Certa vez perguntaram a um grupo de aposentados que moravam em Boca Raton na Flórida: Meu senhor, a sua carteira de investimentos bateu o mercado ao longo de sua vida e o possibilitou estar aqui? A resposta: se bateu ou não, pouco importa, o que importa é que o desempenho que tive no meu planejamento financeiro ao longo da vida me permitiu estar aqui. No fim, é isso que importa, seus sonhos serem alcançados!


Sexto fator: ego. Mantenha-se humilde e com postura de aprendiz. Às vezes acertamos mais por sorte do que por habilidade. Nem sempre tomamos a melhor decisão porque de fato somos perfeitos, precisamos estar sempre atentos a não se auto-sabotar e é isso que o ego pode fazer conosco. Tenha esse cuidado.


Fatores psicológicos são muito importantes para um investidor, quiçá até mesmo mais importantes do que a sua capacidade técnica, portanto esteja atento para sempre, tentar tomar as suas decisões com mais racionalidade do que com suas emoções. Isso significa que é fácil? Como diz Charlie Munger: “não é para ser fácil”.


11. O mais importante é… ponto de vista contrário


Precisa-se de muita coragem para comprar quando todos estão vendendo desesperadamente e vender quanto todos estão comprando com euforia, contudo, são essas decisões que proporcionam os maiores lucros. Ele mostra aqui o quão importante é entender os ciclos de mercado pois somente assim, você conseguirá andar na sua contramão e comprar na baixa para vender na alta. Não é fácil ser um investidor “contrarian” na maior parte do tempo, não há excessos no mercado para que possamos apostar contra. É importante ter base para entender quando é necessário investir contra a multidão e entender o porquê que a multidão está errada caso contrário você poderá estar entrando num buraco sem fundo. Portanto é dever do investidor “contrarian” pegar a faca que está caindo, mas com todo cuidado possível, é por isso que o conceito do valor intrínseco é fundamental, se tivermos uma opinião relativa ao valor que nos permita comprar enquanto todos vendem e se essa nossa opinião estiver correta esse será o melhor caminho para obter grandes recompensas.


12. O mais importante é… encontrar pechinchas


Aqui mais um capítulo acerca da importância do valor. O trabalho do gestor de investimentos, seja ele uma PF ou PJ é encontrar bons ativos que estejam por alguma irracionalidade do mercado com preços muito abaixo dos seus valores intrínsecos. Ele chega a dizer que encontrar esses investimentos é o Santo Graal dos investidores.


13. O mais importante é… oportunismo paciente


Temos que ter calma na busca dos investimentos e nos processos de montagem de posições, o autor cita a seguinte frase: “perder uma oportunidade lucrativa é menos importante do que investir em algo ruim”. Todo processo de investimento requer cuidado e muito estudo para que seja de fato considerado um bom investimento. Então vale a máxima, mais vale um pássaro na mão do que dois voando tenha calma a oportunidade aparecerá.


14. O mais importante é… saber o que não sabemos


Há dois tipos de pessoas que fazem prognósticos: aquelas que não sabem e aquelas que não sabem que não sabem”. - John Kenneth Galbraith


O autor comenta que é cético em relação a previsões pelo simples fato de que há infinitas variáveis que podem afetar a macro economia. Ele pontua que o difícil não é acertar previsões, mas sim acertar de forma consistente. Temos que ter cuidado com as nossas limitações, não precisamos saber tudo e acertar tudo o tempo todo. Superestimarmos o que somos capazes de saber ou fazer pode ser extremamente perigoso. Reconhecermos nossos limites e trabalhar dentro deles ao invés de ficarmos tentando constantemente navegar por águas desconhecidas pode nos dar uma grande vantagem.


15. O mais importante é… entender nossa posição


Talvez nunca saibamos para onde vamos, mas é melhor termos ao menos uma ideia de onde estamos”.


De modo simplificado devemos nos esforçar para entender as implicações dos acontecimentos do nosso entorno. Quando os outros são imprudentes e confiantes nas suas compras devemos ser cautelosos; quando os outros vendem desesperadamente, possuídos pelo medo, devemos nos tornar agressivos.


O segredo é sempre olhar ao redor e nos perguntar: os investidores estão otimistas ou pessimistas? Ao conseguirmos a resposta para essa questão, saberemos para onde estamos indo.


16. O mais importante é… apreciar o papel da sorte


De vez em quando, alguém faz uma aposta arriscada em um resultado improvável ou incerto e acaba parecendo gênio. Mas devemos reconhecer que isso aconteceu por causa da sorte e ousadia, não por habilidade”.


Na grande maioria das vezes, aqueles investidores que fizeram fortunas apostaram em algo que não fazia sentido algum e engana-se quem pensa que fora a habilidade deles que reverteu nesta conquista, na grande maioria das vezes não passou de sorte. Conheci muitos investidores que tiveram bons resultados ao investir principalmente em renda variável mas ao conhecer mais a fundo as suas teses, verifiquei que nada mais passou de sorte, muitos compraram em momentos de bull market nos quais qualquer coisa que tivessem comprado teria feito eles lucrarem. Não temos como ter certeza sobre os rumos do futuro do mercado, portanto, devemos ao longo de toda jornada investir de forma defensiva, nos preparando para o pior. Tentar encontrar teses mirabolantes que se confirmadas te farão um bilionário podem envolver riscos que talvez não façam tanto sentido. É mais importante garantir a sobrevivência durante o período de resultados negativos do que garantir o máximo de retorno em períodos favoráveis.


17. O mais importante é… investir de forma defensiva


“Há investidores velhos e há investidores ousados, mas não há investidores velhos e ousados”.


O autor começa o capítulo com a brilhante deixa: “Quando amigos me pedem conselhos de investimento pessoal, meu primeiro passo é tentar entender sua atitude em relação ao risco e aos retornos. Pedir conselhos de investimento sem especificar esse posicionamento é como pedir um bom remédio a um médico sem lhe contar o que lhe incomoda”. Temos que entender que não existe o investimento perfeito, o melhor investimento para mim pode ser do melhor investimento para você, há diversos fatores que influenciam essa visão e o investidor precisa entender isso. Cada pessoa tem a sua percepção de risco e a sua visão de vida, na hora de montar um portfólio, isso deve ser levado em conta. E por que precisamos ser investidores defensivos?


A defesa pode proporcionar bons retornos, e que estes, sejam alcançados de forma consistente enquanto que o ataque pode ser feito de sonhos que não costumam se tornar realidade. Ao investir de maneira defensiva pode ser que deixemos passar algumas oportunidades, daremos menos retorno ou menos acertos perfeitos, mas é muito provável que fracassemos consideravelmente menos. Temos que estar sempre preocupados com a perda e sermos extremamente cautelosos nas análises pois sempre podemos ser surpreendidos por eventos improváveis. Sempre teremos margens de segurança no nosso portfólio e assim conseguimos construir carteiras blindadas a qualquer cenário e caso nada dê errado, os ativos vencedores cuidarão de si mesmos. No fim das contas, a possibilidade de correr um risco de ruína financeira não faz sentido, no longo prazo, o investimento defensivo proporciona a melhor relação risco x retorno.


18. O mais importante é… evitar as armadilhas


O Investidor precisa fazer apenas algumas pouco coisas corretas, desde que evite os grandes erros”.


Neste capítulo o autor continua falando sobre a importância de ser cauteloso e defensivo nos seus investimentos. Ele comenta que uma carteira com menos risco pode levar a ter menos rendimentos, mas que também nunca viu alguém que investiu com pouco risco, falir.


Ele cita algumas questões importantes que os investidores deveriam aprender com as crises:


  • Muita disponibilidade de capital faz o dinheiro fluir para os lugares errados.

  • Quando o capital flui para onde não deveria ir, coisas ruins acontecem.

  • Quando há oferta de capital em excesso, os investidores brigam por oportunidades, aceitando retornos baixos e uma pequena margem de erro.

  • Uma diligência inadequada leva a perdas.

  • No frenesi, o capital se destina a investimentos inovadores, muitos dos quais fracassam com o tempo.

  • Fatores psicológicos podem nos cegar dos fundamentos.

  • Os mercados mudam e invalidam modelos.

  • Alavancar aumenta os resultados mas não agrega valor.

  • Os excessos se corrigem.


Por fim ele alerta que a maior parte dos erros se dá por excesso de ação do investidor ao agir em momentos em que nada era pra ser feito, então tenha sempre cautela e pense sempre bem antes de agir.


19. O mais importante é… agregar valor.


Neste capítulo o autor resume algumas questões importantes, começando pela afirmativa: não é o retorno sozinho que importa, mas também o risco que assumimos para obtê-lo e apresenta o seguinte quadro:

Investidor Agressivo

Investidor Defensivo

Sem Habilidade

​Ganha muito quando o mercado sobe e perde muito quando o mercado cai

​Não perde muito quando o mercado cai, mas não ganha muito quando o mercado sobe

Com Habilidade

​Ganha muito quando o mercado sobe, mas não perde tanto quando cai

​Não perde muito quando o mercado cai, mas obtém um bom retorno quando o mercado sobe

Ele continua o seu raciocínio falando das aspirações da sua gestora, a Oaktree:


“Nos anos em que o mercado está bom, basta sermos medianos. Todo mundo ganha dinheiro nos bons anos; ainda não encontrei ninguém que pudesse me explicar de forma convincente o motivo pelo qual é importante bater o mercado quando ele está bem. Nos anos bons, basta ficarmos na média. Há períodos, contudo, em que consideramos essencial vencer o mercado: isso ocorre nos anos em que o mercado está ruim. Nossos clientes não querem suportar todo o peso das perdas, e não também não.”


Esse parágrafo resume muito bem toda a política de investimentos de Howard Marks - basta não sermos gananciosos e termos conhecimento e controle emocional para aceitar ganhar em mercados de alta na mesma linha do mercado, mas que em mercados de baixa consigamos segurar as perdas. Ao fazer isso sistematicamente teremos bons resultados.


20. O mais importante é… juntar tudo


Neste último capítulo basicamente Marks dá as diretrizes finais para que os investidores utilizem todos os conceitos apresentados em sintonia, nesse contexto, o mais importante para o investidor é utilizar os 19 tópicos juntos.


CONCLUSÃO

Essa é, sem sombra de dúvidas, uma das melhores obras sobre investimentos já escritas, Howard Marks é um gênio do mercado financeiro e termos a oportunidade de absorver parte do seu conhecimento através de sua obra é muito legal. Tentei aqui resumir da forma mais objetiva e completa conforme a minha interpretação, mas recomendo fortemente a leitura do livro, só lendo, estudando e colocando em prática é que você vai conseguir absorver o máximo do conhecimento.

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Stefano Tremea

Stefano Tremea, CFP®

Consultor autorizado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Certified Financial Planner (CFP) certificado pela Associação Brasileira de Planejamento Financeiro (Planejar) e habilitado junto à Superintendência de Seguros Privados (SUSEP). Possui mais de 10 anos de experiência no mercado financeiro. Bacharel em Administração de Empresas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e pós-graduado em Planejamento Financeiro e Finanças Comportamentais pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).

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