top of page

Desempenho das carteiras e cenário econômico - setembro

O mês de setembro ficou marcado pela aversão ao risco no mercado externo com a recessão na Europa deixando de ser uma possibilidade e passando a ser certeza. Agora a questão é: quanto tempo a recessão vai durar?

Diante desse fato e com o aumento dos juros ao redor do mundo, o S&P 500, índice das 500 maiores empresas da bolsa americana, despencou 9,34% no mês, afetando a estratégia de renda variável das nossas carteiras. No Brasil tivemos uma pequena valorização de 0,47% no Ibovespa, com os investidores de olho nas eleições, e deflação pelo terceiro mês consecutivo, impactando a estratégia de inflação.


Seguindo as projeções, a deflação não deve se manter por muito tempo e em breve voltamos à normalidade de inflação por volta de 4% a 5% a.a. com nossa estratégia de inflação se beneficiando por contar com títulos IPCA+6% e até +7%.

Diante do reestabelecimento da normalidade inflacionária e provável queda de juros no Brasil a partir do fim do ano ou início do ano que vem, resolvemos diminuir a exposição da estratégia de inflação e alocar em títulos pré-fixados, que se beneficiam com a queda de juros. As estratégias de renda fixa pós-fixada renderam entre 105% e 120% do CDI, conforme o esperado.


Agora a atenção se volta para as eleições, com um resultado bem satisfatório ao mercado no primeiro turno por conta da quantidade de deputados e senadores de direita eleitos, ou seja, mesmo que o Lula vença o pleito, terá grandes dificuldades de aprovar medidas nocivas à economia, como o aumento exarcebado dos gastos públicos com o fim do teto de gastos.

Por outro lado, caso Bolsonaro vença, terá maior apoio para as reformas e privatizações que foram dificultadas ou impedidas no primeiro mandato. Mas como ficam nossas estratégias nos dois cenários?


Lula

A expectativa é que o candidato do PT retome a agenda econômica mais intervencionista na economia e nas empresas estatais, que provavelmente terão seus resultados impactados. Essas políticas deterioram a confiança e diminuem o investimento estrangeiro no país, afetando o emprego, a renda e o câmbio, tornando o país menos competitivo e aumentando o custo de vida.


Bolsonaro

A expectativa é que o atual presidente mantenha a agenda liberal, com maior controle dos gastos públicos e incentivo ao empreendedorismo e do comércio exterior, com aumento da concorrência. Medidas que, se levadas a cabo, irão aumentar a competitividade e o investimento estrangeiro no país, gerando empregos e renda, refletindo em crescimento e desenvolvimento econômico, como vimos nos dois últimos anos mesmo com a pandemia.


Taxação de dividendos

Esse é um assunto que interessa bastante ao mercado financeiro, a proposta que está atualmente em discussão deve ser aprovada independentemente de quem vença as eleições. Entretanto, pela forma que está tomando, não terá grandes impactos sobre os investimentos em geral, apenas daqueles investidores que recebem milhões de reais em dividendos, seja com distribuição de lucros das empresas ou mesmo dividendos do mercado financeiro tradicional.


Independente do resultado das eleições, nossas carteiras seguem rendendo de forma compatível com o mercado brasileiro. Algumas alterações na alocação de ativos podem ocorrer no médio prazo, a depender do desenrolar do governo e das medidas adotadas. No curto prazo mantemos nossas posições, o resultado das eleições ainda não está definido e fazer movimentos baseados em expectativas pode ser nocivo ao patrimônio.



Gustavo Machado, CNPI

Consultor autorizado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e analista de investimentos certificado pela Associação dos Analistas e Profissionais de Investimentos do Mercado de Capitais (Apimec). Possui mais de 8 anos de experiência no mercado financeiro. Bacharel em Economia e mestrando pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), alumni da Foundation for Economic Education (FEE) e da Cato University: College of Economics.



18 visualizações0 comentário

Comments


bottom of page